144.000
– Um grupo especial!
Este
grupo descrito em Apoc. 7:1-8, que será selado pouco antes de se abater sobre o
mundo a última e mais terrível destruição, em que os quatro anjos, que até
então retiveram os quatro ventos... e, irão soltá-los, permitindo que estes
soprem com toda a sua fúria, danificando a terra e o mar; até mesmos sobre
toda árvore... Agora surgem diversas perguntas; entre as quais, talvez a mais
significante delas seja: literal
ou simbólico?
Para
esta resposta, vamos analisar ponto por ponto deste capítulo... Em primeiro
lugar vamos analisar o número 144.000. Este número parece indicar um número
exato dos salvos que estarão vivos quando Jesus voltar! Ao longo da história
das diversas denominações, quando na sua origem, imaginavam eles: “como e
quando” conseguiremos preparar 144.000 pessoas para receber a Jesus nas nuvens
do céu? Ao longo do tempo, eles crescem, ultrapassam este número significativo
e agora surge um novo problema... Este número (144.000) é tão pequeno!
Nos
dias de hoje, a Igreja Adventista, além de ter onze milhões de membros, ela
reconhece que há crentes sinceros também em outras denominações. Assim o número
que antes parecia grande demais para ser atingido, agora parece pequeno demais!
E, o que vai acontecer com todos esses milhões que aceitaram a Jesus, e
que estarão vivos quando Ele voltar? Morrerão para ressuscitar em seguida?
Lendo o capítulo 7 do Apocalipse, encontramos o primeiro detalhe que
define este grupo: Então, ouvi o número dos que foram selados, que
era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel
(Apoc. 7:4)... E, quem não for judeu, pode desde já, se considerar “fora
deste grupo”.
Mas não é só isto; vamos ler o capítulo 14, verso 3 e 4, para
descobrirmos mais algumas características desse grupo, isto é, de que espécie
de judeus o profeta está falando: “...senão
os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São
eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram
redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apoc.
14:3-4).
Interessante, não é? Trata-se de um grupo de judeus “castos”, isto
é, judeus casados também podem se considerar excluído deste grupo seleto e
como João disse que eles não se macularam com mulheres, somos forçados a
“concluir” que serão todos homens! Agora sabemos que serão: Judeus
masculinos, solteiros e castos e
ainda descendentes das 12 tribos de Israel... É talvez consigamos reunir
144.000 para Cristo.
Mas temos aqui um problema: Durante o cativeiro assírio, todas as
tribos perderam a sua identidade ao se cruzarem
com as nações circunvizinhas com exceção das tribos de Judá e
Benjamim... Onde estarão os seus descendentes puros nos dias de hoje?
Percebeu? Se o número deste grupo é literal, também as suas características
devem ser literais... Mas isto nos trás uma série de problemas, não é? Agora
o que não se pode admitir que o número seja literal e as suas características
simbólicas! Se o número é literal, as características também têm de serem
literais. O que não se pode fazer, portanto, é misturar literalismo com
simbolismo no mesmo texto!
Por
outro lado, se interpretarmos o número 144.000 como sendo simbólico,
então a descrição dos seus componentes também será simbólica, e
trará luz (entendimento) sobre o assunto. O Israel de que falamos aqui não
mais será o Israel literal, o Israel segundo a carne, mas o Israel
Espiritual que é a Igreja de Deus...
Ou imagina você que nos novos céus com Cristo teremos diversas classes
de salvos; a saber: os das obras (antes de Cristo), os da fé (após Cristo) e
agora os especiais... Simbólico, não é?
Mas e os castos (virgens)
que não se macularam com mulheres também são simbólico já que em linguagem
“apocalíptica” mulher significa igreja? Sim mulher é igreja... Portanto os
que se “macularam com diversas igrejas” (vieram ou passaram por outras
igrejas cristãs ou não cristãs) antes de aceitarem a verdade, não farão
mais parte deste grupo seleto?
Não é este o caso, portanto. Trata-se de um grupo que sofrerá todo o
tipo de pressão para se contaminarem com o vinho da Babilônia
espiritual, quando Satanás fizer o seu derradeiro esforço para erradicar
“os santos”. Eles não se contaminarão (não se apostataram) mas se manterão
fiéis a Deus até a vitória final.
Na verdade, creio que entre os 144.000 haverá muitos que pertenceram à
Babilônia espiritual, e, atendendo ao convite divino, sairão dela e se unirão
ao povo de Deus. Assim, o fato de ter pertencido anteriormente à
outras igrejas não deverá se constituir empecilho para que alguém faça parte
deste grupo!
Porque então, este número 144.000? Este número é o resultado de 12 X
12 X 1.000. Doze é o número da perfeição governamental. É encontrado como múltiplo
de tudo o que tem a ver com governo. O sol faz o seu governo, juntamente com a
lua, sobre o dia e a noite, ao longo de 12 meses (uma volta completa de 360º =
12 X 30). Também a Terra determina o seu movimento de rotação em dois períodos
de 12 horas. Assim poderíamos dizer que o número 12 está escrito nos céus!
Já a Bíblia utiliza diversas vezes o número 12 ao se referir ao reino
dos céus. Sob o perfeito governo de Deus, os 12 apóstolos se assentarão em
“doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” Mat. 19:28. A Nova
Jerusalém descrita no Apocalipse será o trono do perfeito governo de
Cristo! Ela terá 12 portas, e junto às portas 12 anjos, e sobre elas os
nomes das 12 tribos dos filhos de Israel. A muralha da cidade terá 12
fundamentos, e sobre estes estarão escritos os 12 nomes dos apóstolos. O
comprimento, largura e a altura da cidade medem, cada um, 12.000 estádios; sua
muralha, 144 côvados, e seus fundamentos se acham adornados com 12 tipos
de pedras preciosas – Apoc. 21:12-20.
Ela acomodará os 144.000 salvos (número simbólico!?!), sendo que cada
uma das 12 tribos, composta de 12.000 membros, entrará pela sua própria porta.
O quadrado do número 12 indica, portanto, perfeição e o seu múltiplo
de 1.000, indica vastidão. Este número, portanto, nos indica que assim
como no passado, Deus sempre teve
um rebanho remanescente para representa-lO – oito nos dias de Noé, menos de
dez em Sodoma, e uns poucos discípulos ao pé da cruz – mas nos últimos dias
este número será imenso!
Agora perceba que o capítulo 7 do Apocalipse está dividido em duas
partes: os versos de 1 a 8, que descrevem os 144.000; e os versos de 9 a 17 que
descrevem a
grande multidão
A ligação existente entre estas duas partes nos dá a chave para compreender este capítulo. Cada uma delas contém vários elementos que se acham mutuamente em contraste ou paralelo. Vejamos; pegue a sua Bíblia e nos acompanhe:
1. | “então ouvi” | verso 4 | “depois destas coisas vi...” | verso 9 |
2. | “o número” | verso 4 | “e eis grande multidão” | verso 9 |
3. | “que era 144.000” | verso 4 | “que ninguém podia enumerar” | verso 9 |
4. | “de todas as tribos” | verso 4 | “de todas as nações” | verso 9 |
5. | “selados” | verso 4 | “vestidos de vestiduras brancas” | verso 9 |
6. | “os quatros ventos da terra” | verso 1 | “da grande tribulação” | verso 14 |
E
qual é a ligação entre estas duas partes? Muitos têm dito que os 144.000 é
que passam pela grande tribulação dos últimos dias, enquanto que a grande
multidão representa os salvos de todas as épocas. Mas isto não é o que estes
textos bíblicos dizem. Os versos 9,13e14 deixam claro que a grande
multidão passa pela grande tribulação; senão veja:
Aparentemente estas duas partes parecem contrastar (opor-se) uma com a
outra. Israel contrasta com “todas as nações”; os 144.000 contrastam com
“uma grande multidão”; as doze tribos contrastam com “todas as
tribos”...
Mas, se
lembrarmos que o Israel de hoje não mais é o Israel literal, mas que os fiéis
de todas as nações representam o Israel espiritual (simbólico)
– “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa” Gal. 3:29;“Porque não é judeu
quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne.
Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a
que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não
procede dos homens, mas de Deus” Rom. 2:28-29. Então
fica claro que as duas descrições não se acham em contraste, mas
são antes paralelas!
O
profeta ouviu a respeito dos 144.000, mas quando olhou,
viu uma grande multidão. Em várias ocasiões o que João ouve
e o que ele vê são as mesmas coisas, embora descritas em termos
contraditórios. Vejamos por exemplo Apoc. 1:10... Ele ouve uma grande
voz, como de trombeta, e quando se volta, vê o Filho do
homem – vs. 12e13.
Mais
impressionante ainda é que no capítulo 5:5 ele ouve um dos anciãos
descrever um Leão, mas quando olha, vê um Cordeiro (verso 6). Os
símbolos contraditórios representam a mesma pessoa – CRISTO! Assim
sendo, poderíamos colocar sinais de igualdade entre todos os itens da lista.
ISRAEL | = | FIÉIS DE TODAS AS NAÇÕES |
TRIBOS DE ISRAEL | = | TODAS AS TRIBOS, POVOS E LÍNGUAS |
12.000 DE CADA TRIBO | = | NÚMERO SIMBÓLICO DE REMIDOS DE CADA GRUPO ÉTNICO (At. 10:34) |
OS QUATRO VENTOS | = | A GRANDE TRIBULAÇÃO |
O SELO DO DEUS VIVO | = |
VESTIDURAS ALVEJADAS NO SANGUE DO CORDEIRO (Justiça de Cristo) |
E
o melhor de tudo, é que os 144.000, portanto, não constituem um grupo
limitado, do qual nós podemos perder a esperança de fazer parte... E sim, uma
vasta, inumerável multidão, da qual todos nós poderemos fazer parte, se
formos fiéis e se estivermos salvos quando Jesus voltar. Portanto este grupo de
justos vivos durante as queda das sete pragas ou seja: a grande tribulação
(144.000), se juntarão aos justos mortos de todas as épocas!
Esta interpretação, apesar de não ser a única (existem mais duas:
grupos diferentes, sendo que estes serão formados por judeus, desde que satisfaçam
as condições do cap. 14; outros crêem que são grupos
diferentes – apenas os vivos dos últimos dias –
e que não se juntarão à grande multidão, pois serão as
“primícias”, cf. cap. 14:4), representa a única família da fé, composta
de representantes de todos os povos e nações e de todas as épocas, os quais
demonstrarem sua fidelidade a Cristo ao se recusarem a concordar com os reclamos
da religião apóstata durante a grande tribulação... U crente especial!
No cap. 14, verso 4, lemos que os 144.000 “são os que foram redimidos
dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro”. Mas,
o que significa a expressão “primícias”?
No antigo Israel, sempre que o azeite, o mosto e o grão eram recolhidos,
a primeira porção era consagrada a Deus e trazida ao Templo, a fim de serem
utilizadas pelos sacerdotes (Num. 18:12; Êxo. 34:26). Como a
melhor parte da colheita, ela era considerada santa (Num. 18:12e17).
Portanto, aqui, primícias é a parte santa da criação; pois Aqui está a
perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus. (Apoc. 14:12).
Mas que diferença faz se os 144.000 são ou não são equivalentes à grande
multidão? Faz diferença sim, pois isto significa que Deus não se acha
limitado a um número de pessoas a serem salvas. Ele não é obrigado a lançar
na sepultura a maioria dos santos na sepultura, a fim de ter apenas 144.000
vivos quando Ele voltar! Não teremos que prestar um vestibular selvagem para
conseguirmos uma vaga na nova Jerusalém...
Cristo, quando aqui esteve não disse: Prepare-se, as vagas são
poucas! (veja: Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora,
eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar – João 14:2). Ele
mostrou a Pedro que não faz acepção de pessoas (Atos 10) e que a salvação
é para todos... e portanto nada de Salvos
especiais. Faremos parte da grande multidão. Amém!