Judeus
protestam e cardeal de NY se manifesta sobre "Paixão"
Qui, 26 Fev -
15h42
NOVA YORK (Reuters) - O novo e controverso
filme de Mel Gibson, "A Paixão de Cristo", estreou nos cinemas
norte-americanos nesta quarta-feira. Grupos judeus protestaram contra
anti-semitismo enquanto o cardeal da Igreja Católica Romana em Nova York
ressaltou que os judeus não mataram Jesus. Os cinemas de Manhattan abriram as
portas cedo, recebendo o dia todo espectadores ávidos para assistir ao filme,
que foi criticado duramente por alguns jornalistas antes de ser lançado em
3.006 salas de cinema --uma estréia normalmente reservada a blockbuster como a
série "Máquina Mortífera".
Judeus e
outros grupos religiosos protestaram durante a tarde. Uma dezena de
manifestantes judeus vestindo uniformes de campos de concentração reuniu-se do
lado de fora de um cinema no Upper West Side, carregando cartazes onde lia-se
"Paixão de Mel Gibson é cruci-ficção".
Eles tentavam
ligar o retrato de Jesus feito pelo filme ao tipo de ódio que levou ao
Holocausto. Porém, havia mais repórteres do que manifestantes.
Em Whicita, no
Kansas, uma mulher de meia-idade morreu, aparentemente vítima de ataque cardíaco,
enquanto assistia à climática cena da crucificação.
O cardeal de
Nova York, Edward Egan, escreveu aos párocos para ressaltar que os judeus não
são responsáveis pela crucificação de Jesus.
"Ele deu
a vida por nós", escreveu Egan numa coluna que será publicada na edição
de março do Catholic New York. "Ninguém tirou (a vida) Dele. Essa é, e
sempre foi, a doutrina católica."
O diretor
nacional da Anti-Defamation League, Abraham Foxman, afirmou estar preocupado com
a reivindicação, por parte de Gibson, de exatidão histórica do filme.
"Ele fez
sua escolha", afirmou Foxman após assistir ao filme. "E ela é culpar
os judeus." Ele disse temer a reação ao filme fora dos EUA,
principalmente no Oriente Médio.