Vaticano diz
que não há anti-semitismo no filme de Gibson
Qui, 26 Fev -
12h12
Agência JB
CIDADE DO VATICANO - Para o Vaticano não há
elementos anti-semitas no filme ’A Paixão de Cristo’, do ator e diretor
australiano Mel Gibson, explicou à AFP o presidente do Conselho Pontifício
para as Comunicações Sociais, o arcebispo John Foley.
"O filme
não é anti-semita. Para mim, trata-se de uma meditação sobre as
responsabilidades que temos como pessoas e como grupo na paixão que Cristo
sofreu. Quanto aos judeus, não se deve esquecer que Jesus, a Virgem e os apóstolos
eram judeus", disse.
O prelado
americano, junto com o embaixador dos Estados Unidos junto à Santa Sé, James
Nicholson, assistiram recentemente a uma sessão especial do filme, organizada
em Roma.
O arcebispo
"não teve a impressão" de que o filme poderia suscitar críticas
sobre a forma como trata os judeus e, ao contrário, considera que causa
"sentimentos anti-romanos".
O papa João
Paulo II, que assistiu ao filme em janeiro passado, não quis fazer comentários,
segundo o Vaticano. "Normalmente, o Santo Padre não faz julgamentos públicos
sobre obras artísticas, já que estes dependem de várias apreciações de caráter
estético", informou o escritório de imprensa da Santa Sé.
Mel Gibson,
que rodou todo o filme na Itália, conta no longa as últimas 12 horas de vida
de Jesus de Nazaré. O ator e diretor, de 48 anos, famoso por filmes de ação
como ’Mad Max’ e ’Máquina Mortífera’, é um católico fervoroso e
conservador. Em 1995, dirigiu um filme pela primeira vez, ’Coração
Valente’ (Braveheart), que ganhou cinco Oscars.
O segundo
filme de Gibson, que estreou nesta quarta-feira nos Estados Unidos, tem sido
alvo de polêmica desde sua estréia, pois algumas organizações judaicas e críticos
de cinema denunciaram o conteúdo do filme por atribuir aos judeus a
responsabilidade pela morte de Cristo.