O
Batismo ao Longo da Bíblia!
No
final de Seu Ministério, Jesus ordenou:
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado. Marcos 16:15, 16.
Nesta
comissão Jesus deixou claro que Ele desejava que todos que quisessem fazer
parte de Sua Igreja, de Seu Reino Espiritual, deveriam ser batizados em Seu nome
conforme o entendimento apostólico registrado em Atos 2:38 - Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito
Santo. O Batismo demonstraria que eles haviam ingressado num relacionamento
pessoal com Cristo e se comprometiam a viver em harmonia com os princípios de
Seu Reino de Graça. Por isso Jesus dissera: ...Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
João 14:6.
Daí a urgência do batismo (Atos 2:38; 10:48; 22:16). E, em resposta ao Seu apelo, naqueles dias milhares foram batizados (Atos 2:41, 47; 8:12), aceitando a autoridade de Jesus
Como vimos,
Cristo dissera que: Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não
crer será condenado. (Mar. 16:16). E, os
Seus apóstolos seguiram à risca a Sua ordenança (...rito simbólico
estabelecido ou observado, o qual carrega consigo as verdades centrais do
evangelho e que é de obrigação perpétua e universal; Cristo estabeleceu
apenas duas ordenanças: o Batismo e a Ceia do Senhor). Tratava-se da aceitação
e confirmação da fé dos novos crentes (Atos
8:12; 16:20e21).
Pedro utilizou a
experiência de Noé durante o Dilúvio para ilustrar a relação entre Batismo
e Salvação; uma vez que Deus, através de Noé, advertiu o mundo – a Salvação
fora estendida a todos – e apenas oito pessoas aceitaram serem “salvas das
águas” representada pela arca... I
Pedro 3:20e21. É evidente que foi Deus quem salvou Noé, e não a
Arca nas águas do dilúvio. Por analogia, é o Sangue de Cristo, e não a água
do batismo, que remove os pecados da vida do pecador; mas o batismo, de modo
semelhante à obediência de Noé em entrar na arca, é a resposta de uma boa
concordância para com Deus...
Portanto, embora
o Batismo esteja virtualmente ligado à Salvação, ele não é capaz de
garanti-la. Por isso Paulo considerou a experiência do êxodo israelita como análoga
ao Batismo: Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram
todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar,
tendo sido todos batizados,
assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.
Todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma
pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. Entretanto, Deus
não se agradou da maioria deles,
razão por que ficaram prostrados no deserto. (I
Cor. 10:1-5).
O povo do futuro
Israel foi simbolicamente batizado enquanto atravessavam o Mar Vermelho.
Contudo, a despeito desta experiência, Deus não se agradou da maioria deles;
assim nos dias de hoje o Batismo não nos
assegura automaticamente a Salvação. Estas coisas lhes sobrevieram como
exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem
os fins dos séculos têm chegado. Aquele,
pois, que pensa estar em pé veja que não caia...
(I Cor. 10:11-12).
Voltando “à
Igreja do Deserto”; foi necessário que fossem rebatizados,
agora no Rio Jordão ao adentrarem na Terra
Prometida... Josué 3:13, 16e17.
A prática de “um só batismo” - Efe.
4:5 - é característica da unidade que o Espírito trás à igreja de Deus...
Aqui, um só
batismo, significa um só tipo de Batismo – o de imersão, já que este é
o significado da palavra que vem do grego: baptizo,
do verbo bapto
= mergulhar – e não a conotação de uma só vez...
Por vezes,
pessoas que experimentaram o batismo por imersão, se sentem convicto que
deveriam ser rebatizados. Por ventura isto conflita com a afirmação de Paulo
de que há um “só batismo”? A
prática de Paulo mostra-nos que não. Numa visita a Éfeso, ele encontrou vários
discípulos que haviam sido batizados segundo a luz de – e por – João
Batista... Haviam expressado “arrependimento e fé” num Messias vindouro. Atos
19:1-5.
Estes discípulos
não possuíam compreensão clara do evangelho. Quando eles receberam o batismo
pelas mãos de João, mantinham ainda uma série de erros. Mas ao receberem mais
clara luz, alegremente aceitaram o pleno evangelho redentor; e, com este passo
mais avançado ocorreu uma modificação em suas obrigações. Ao
receberem mais pura fé,
ocorreu uma mudança correspondente em sua vida e caráter. Como sinal desta
mudança e reconhecimento por esta nova
luz, foram rebatizados, em nome
de Jesus!
Hoje, muitos sinceros seguidores de Cristo, vivem experiência similar a esta. A compreensão mais clara da vontade de Deus coloca o homem numa nova relação com Ele. Novos deveres são revelados. Muito daquilo que anteriormente parecia inocente, ou até mesmo digno de louvor, agora é visto como transgressão... Outras ações, que antes pareciam serem de menos importância, agora surgem com suprema vontade do Deus Criador. Seu batismo anterior não mais satisfaz; parece agora ineficaz ou incompleto. Eles se vêem condenados pela Eterna Lei de Deus...
Eles
experimentaram uma nova morte para o pecado, e o seu desejo é o de serem
novamente sepultados com Cristo através do batismo, para que possam andar em
novidade de vida (Rom 6:4). Tal procedimento está em harmonia com o
exemplo de Paulo ao rebatizar os conversos de Éfeso. Este fato foi registrado
pelo Espírito Santo, em sua Bíblia, como lição instrutiva para a Sua Igreja
e para você, caro irmão!
E, as Escrituras
também nada dizem que possa levar-nos a negar
o rebatismo a indivíduos que romperam sua relação de concerto com Deus através
de pecados danosos e apostasia; e, que experimentaram reconversão
e, portanto, o desejo de renovar seu batismo. Certamente ainda não pecaram
contra o Espírito, pois ainda estão ouvindo Sua voz
em seu coração...
Voltando ao Novo Testamento, o verbo Batizar é utilizado (1)
para referir-se ao batismo em água (Mat. 3:6;
Mar. 1:9; Atos 2:41); (2)
como metáfora do sofrimento e morte de
Cristo (Mat. 20:22e23; Mar. 10:38e39;
Luc. 12:50); (3) em
relação à vinda do Espírito Santo (Mat.
3:11; Mar. 1:8; Luc. 3:16; João 1:33; Atos 1:5; 11:16) e (4)
para abluções, ou seja, rituais de lavagem de mãos como purificação
cerimonial (Mar. 7:3e4; Luc.
11:38).
Mas, o interessante é que, quando Ele estabeleceu a Santa Ceia, não a desvinculou do batismo, pois dando-nos uma lição de humildade, estabeleceu o Lava-pés como serviço de nossa comunhão com Ele...
O costume da Páscoa
exigia que por ocasião de sua celebração, se removessem de suas casas, todo o
fermento – símbolo do pecado – Êxo. 12:15, 19e20. Da mesma
forma, devem os crentes confessar todos os seus pecados e deles se arrepender
– incluindo o orgulho, rivalidade, inveja, espírito de ressentimento e egoísmo:
Mat. 18:15-18.
E, foi com essa
finalidade que Jesus instituiu a ordenança do Lava-pés. Ele não apenas deixou
o exemplo como também insistiu que deveríamos segui-lO, prometendo-nos uma benção
se o fizermos: Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as
praticardes. (João 13:17). Esta ordenança
indica que todos devem examinar-se a si próprios de modo a poderem participar
“dignamente” dos serviços da Santa Ceia - I
Cor. 11:27-29.
Mas, porque ser necessário lavar os pés um dos outros? Primeiro devemos
conhecer qual era o costume daqueles dias em que Jesus assim procedeu... Era
costume, quando as famílias importantes se reuniam para participar de um
jantar, que colocassem à disposição dos convidados um “servo” para
lavarem as mãos e os seus pés antes de participarem da refeição – veja a
censura do fariseu: Mat. 15:2; também Luc. 7:44.
E, aconteceu que ao prepararem a Última Ceia – a páscoa – para
Jesus, lá estava a bacia, a água e a toalha, mas não o servo... Afinal, quem
se faria servo
naquele momento? Cristo! Fil. 2:7. Ele, que
seria crucificado como um criminoso... Ele afirmara que não veio para ser
servido, mas para servir – Mat.
20:28. E, através deste ato Ele mostrou que estava disposto a qualquer serviço
– não importava quão baixo fosse – desde que pudesse salvar as pessoas.
Era Sua intenção que esta cerimônia preparatória, conduzisse os
crentes a um estado de ternura e amor, de forma que se dispusessem a servir os
outros... Gal. 5:13. Embora pudesse parecer
humilhante, de modo algum é degradante! Quem, hoje, não se sentiria
privilegiado em “ajoelhar-se” diante de Cristo e lavar aqueles pés
que foram pregados na cruz? Cristo não afirmou isto? ...sempre que o
fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. (Mateus
25:40 RA).
Mas, isto simbolizava mais que “humilhação ou humildade”.
Representava a purificação do coração... Leia: ...Quem já se banhou
– batismo – não necessita
de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. (João
13:10 RA). Pois os pés simbolizam que continuamos “andamos neste mundo de
pecados”. Não só literalmente – a poeira – mas, portanto,
espiritualmente o pecado. Seus pecados haviam sido “lavados” pelo batismo,
mas continuavam “pisando” sobre eles... A tentação nos leva a acariciar o
orgulho, a inveja e em última análise, o mal no coração (Veja o exemplo: Mat.
5:28).
Quando Pedro recusou ter seus pés, lavado por Cristo, ainda não havia
percebido o real significado daquele serviço de purificação e companheirismo:
...Se Eu não te lavar, não tens parte comigo. (João
13:8 RA). Por isso Cristo instruiu-nos: ...também vós deveis lavar os pés
uns dos outros. (João 13:14 RA). A
Mensagem era clara: através do amor servi uns aos outros – Gal.
5:13.
E,
muito mais tarde, o próprio apóstolo Paulo, que não havia participado com Ele
daquela Santa Ceia, agora já convertido, nos deixou seu reconhecimento sobre
esta cerimônia tão simbólica: ...seja recomendada pelo testemunho de boas
obras, tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado
os pés aos santos,
socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de toda boa obra.
I Tim. 5:10
Mas, voltando aos relatos de Batismo no Novo Testamento, vemos que todos
eles envolvem a imersão em “muitas águas” Mat.
3:6; Mar. 1:5; João 3:23; e sempre relata que “entravam e saíam da água” Mar.
1:9e10; Mat. 3:16; Atos 8:38e39.
Como símbolo da Morte e Ressurreição de Cristo temos que assim como
“ser coberto pelas águas” simbolizava grau extremo de dificuldades e aflições
(Sal. 42:7; 69:2; 124:4e5), assim o
batismo de Jesus em água representava a aprovação profética de Seus
sofrimentos, morte e sepultamento (Mar. 10:38;
Luc. 12:50); Sua saída das águas falava de Sua subseqüente ressurreição (Rom.
6:3-5). Por isso a Igreja Apostólica continuou a usar esta forma – imersão
– de Batismo!
E, como um primeiro fruto
deste batismo, temos uma vida dedicada a Cristo. Alvos e aspirações serão
voltados a Ele. Portanto, se fostes ressuscitados juntamente
com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita
de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra.
Col. 3:1e2. Percebeu: Venha como está, mas... agora você deve
reverencia àquEle que o salvou e isto você faz "mudando os seu
proceder".
Portanto, o
batismo, não representa o auge da vida cristã. Conforme crescemos
espiritualmente, adquirimos graças cristãs que devem ser usadas para servir a
outros no plano divino de multiplicação: graça e paz vos sejam
multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Ped.
1:2. Se
permanecermos fiéis, o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, em cujos nomes fomos batizados, garantir-nos-ão o acesso ao
poder divino que nos assistirá em todas as emergências que enfrentarmos em
nossas vidas pós-batismal...
O segundo fruto é uma vida dedicada à Igreja de Cristo. Não mais seremos indivíduos isolados; tornamo-nos parte do templo de Deus (I Ped. 2:2-5). Manteremos relacionamento especial com Cristo, a Cabeça da Igreja, de quem receberemos diariamente a graça para crescimento e desenvolvimento em amor (Efe. 4:16). Assumimos nossas responsabilidades dentro da comunidade, cujos membros assumem, por sua vez, a responsabilidade por aqueles que se agregaram à Igreja (I Cor. 12:12-26). Para o seu próprio bem, assim como para o bem de toda a Igreja, estes novos membros devem ser envolvidos numa vida de adoração, oração e amorável serviço (Efe. 4:12).
E, o fruto final, é o nosso testemunho para o mundo – uma vida para o mundo. É verdade que aqueles que foram batizados devem ser considerados cidadãos do Céu (Fil. 3:20). Mas nós fomos chamados para fora do mundo tão-somente com o objetivo de sermos treinados dentro do corpo de Cristo e depois retornarmos para o mundo como servos, participantes no ministério salvador de Cristo.
Deus espera hoje ansiosamente que ingressemos na vida abundante que Ele tão graciosamente providenciou... Andemos em Seus caminhos e ouçamos Paulo, o Seu Apóstolo: E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dEle. (Atos 22:16). Amém!