A
BESTA QUE EMERGE DO MAR.
1
- O ANTICRISTO.
A
besta do Apocalipse! O número 666! Coisas como essas têm amedrontado
milhares de pessoas por centenas de anos. Vários foram os candidatos ao
posto: Nero, Átila , Gengis Khan, Napoleão, Hitler. Afinal de contas, quem
é a besta de número 666? E o que esse número significa? Em princípio,
deve-se dizer que
a identificação desse poder não pode ser feita
de maneira arbitrária. A besta que emerge
do mar deve ser interpretada sobre o pano de
fundo das profecias de Daniel, as quais
apresentam uma seqüência das grandes potências mundiais desde
a Babilônia até a manifestação do anticristo.
Em segundo lugar, deve-se ter em mente que a profecia não está falando de
pessoas, pois animais são símbolos de reinos e a besta é um animal. Então
o anticristo não é um indivíduo e sim um poder que está em oposição a
Cristo e a Seu povo. Ver
Daniel 7:17 e 23.
Para um melhor entendimento do presente estudo, aconselhamos a leitura das lições
anteriores desta série.
Comecemos
nossa análise com uma relevante declaração do apóstolo Paulo concernente
ao anticristo:
"Ninguém de nenhum modo vos engane, porque
isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o
homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a
ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio
Deus." II Tessalonicenses 2:3 e 4.
"Isto não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia". A que se refere o
apóstolo? Mediante a leitura dos dois versos precedentes, observa-se que a
referência é à volta de Jesus; isto é, Cristo
não virá sem que antes ocorra a apostasia,
cujo resultado é o aparecimento do poder denominado de "homem
da iniqüidade" e "filho
da perdição". Apostasia
é o afastamento da verdade; portanto, a
Igreja de Cristo deveria experimentar um declínio espiritual. Isso resultaria
no surgimento do anticristo que se estabeleceria no santuário de Deus. Paulo
não está falando aqui de um templo literal, mas do próprio Cristianismo.
Vejamos o que ele mesmo escreveu em Efésios
2:20 e 21: "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas,
sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem
ajustado, cresce para santuário
dedicado ao Senhor." Assim, Paulo
estava prevendo que uma apostasia generalizada promoveria o advento de um
poder que se estabeleceria dentro da própria Igreja Cristã, querendo ocupar
a posição de Deus na terra. Com essas informações em mente, debrucemo-nos
sobre o livro de Apocalipse e vejamos o que mais é dito acerca desse poder.
R
E S U M O |
Vinda
de Cristo :
Após
a apostasia. |
Apostasia..........:
Afastamento
da verdade. |
Santuário..........:
Igreja
Cristã. |
Conclusão.........:
O
afastamento do verdadeiro ensino da palavra de Deus, promoveria o
advento de um poder que se estabeleceria dentro da própria Igreja
Cristã. |
2
- A BESTA QUE EMERGE DO MAR E O ANTICRISTO.
"Vi
emergir do mar
uma besta,
que tinha dez
chifres
e sete
cabeças
e, sobre os chifres, dez
diademas
e, sobre as cabeças, nomes
de blasfêmia.
A
besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso, e boca como
boca de leão.
E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono
e grande autoridade." Apocalipse 13:1 e 2.
Esse verso possui uma abundância de detalhes que
muito pode nos auxiliar na identificação do anticristo. Tentemos decodificá-lo:
a)
Mar
representa multidões
(Apocalipse 17:15) e
parece ser um símbolo do velho mundo euro-asiático
(Daniel 7:2).
b)
A besta
é um poderio.
c)
As dez
pontas
são os reinos bárbaros que surgiram da eclosão do Império Romano
(Daniel 7:24; Apocalipse 17:12).
d)
Os
diademas (ou coroas) sobre os chifres,
parecem significar que o enfoque da profecia é o mundo pós-romano, ou seja,
posterior a 476 A.D..
e)
As referências ao
leopardo,
ao urso e ao leão nos
remetem para a visão de Daniel
7. Ali é dado um esboço da História
Mundial desde a Babilônia
(leão),
passando pela Medo-Pérsia (urso),
pela Grécia (leopardo),
até chegar ao animal terrível e espantoso (símbolo
de Roma), com seus dez
chifres (os países europeus). Depois
aparece uma ponta pequena, cujas características são impressionantemente
semelhantes às da besta de Apocalipse 13.
Em Daniel 7,
aparece ainda a seguinte declaração: "Quanto
aos outros animais, foi-lhe tirado domínio; todavia foi-lhes
dada prolongação de vida por um
prazo e um tempo." Daniel 7:12. O
texto diz que seria dada prolongação de
vida ao leão, ao urso e ao leopardo. É
por isso que elementos desses três animais constam na besta de Apocalipse, o
que parece indicar que certas características da religião e da cultura
dessas antigas civilizações seriam transmitidas de uma para a outra até
desembocar no poderio representado pela besta. Como foi que isso se deu?
A
primeira manifestação de espírito rebelde a Deus no mundo pós-diluviano
foi a construção da Torre de Babel. Ali, por intervenção divina, surgiu a
diversidade de línguas na terra e os homens se espalharam pelos vários
continentes. Ver Gênesis
11:1-9.
Em torno das ruínas dessa torre, foi edificada a cidade de Babilônia, que em
pouco tempo se transformou numa das maiores cidades da época, centro econômico,
religioso e cultural. Foi grandemente embelezada ao tempo do reinado de
Nabucodonosor (Daniel
4:29 e 30).
Foi a capital do mundo durante o apogeu do Segundo Império Caldeu (605 A.C.
– 539 A.C.) e mesmo durante os domínios persa (539 A.C. – 331 A.C.) e
macedônico, neste último enquanto Alexandre esteve à frente da Grécia, não
deixou de ser a rainha da terra. "A Macedônia tornou-se, então, o centro
de um vasto Império,
o maior até então formado, e somente superado em extensão pelo Império
Romano, séculos mais tarde. A capital foi localizada em Babilônia."
(AQUINO, DENIZE e OSCAR, op. cit., pág. 217). Com o desmembramento do
Império Grego (Daniel
7:6; 8:8 e 22; 11:4),
a importância de Babilônia decaiu e no tocante ao culto, outra cidade
tomou-lhe o lugar, Pérgamo.
Na verdade, foram os elementos
da cultura e religião mesopotâmicas que foram transportados para Pérgamo.
A impiedade da terra, antes retratada como residindo em Babilônia (Zacarias
5:5-11),
passa a ser focalizada em conexão com Pérgamo. Na carta dirigida aos cristãos
de Pérgamo, é dito: "Conheço
o lugar que habitas, onde
está o trono de Satanás,
e que conservas o Meu nome, e não negaste a Minha fé, ainda nos dias de
Antipas, Minha testemunha, Meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás
habita." Apocalipse 2:13.
Em Pérgamo, estava localizado o grandioso altar de Zeus Olímpico, o
principal dos deuses greco-romanos e isso parece ter inspirado essa afirmação
quanto ao trono de Satanás. De fato, Pérgamo se tornou a substituta de Babilônia.
Por fim, com a expansão romana, as
idéias religiosas do Oriente se introduziram no Império e
Roma
tomou
o lugar de Pérgamo, tornando-se o centro da falsa religião (Apocalipse
13:1 e 2; 17:9).
Não é à toa que muitos vêem na Babilônia de I Pedro 5:13, um pseudônimo
de Roma. Observe também que Babilônia é novamente enfocada em Apocalipse:
capítulos 14:8; 16:19; 17:5; 18:2, 10 e 21.
Visto
ser o dragão um símbolo tanto de Satanás quanto do Império Romano, a besta
deve ser um poderio que recebe daqueles seu trono: receber o trono de Satanás
parece indicar a recepção do suposto domínio daquele que ainda se diz "príncipe
deste mundo".
Devemos ter em mente que a Bíblia diz que o mundo jaz no Maligno. Ver I
João 5:19.
Receber o trono do Império Romano parece significar a recepção de sua sede,
ROMA. Portanto, o anticristo
deve ser um poderio sediado em Roma,
que emergiria no cenário europeu depois da queda do Império Romano e subseqüente
invasão das tribos bárbaras. Deveria ser uma estrutura que acomodaria
dentro de si elementos babilônicos,
persas
e gregos.
Já consegue distinguir a identidade desse poder? Se não, continuemos a nossa
investigação.
3
- OS 42 MESES = 1260 DIAS PROFÉTICOS = 1260 ANOS.
"Foi-lhe
dada uma boca que proferia arrogâncias
e blasfêmias,
e autoridade para agir quarenta
e dois meses;
e abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para Lhe difamar o nome e
difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu." Apocalipse 13:5
e 6.
Esses quarenta e dois meses são idênticos a um tempo, dois tempos e metade
de um tempo (Daniel
7:25; 12:7; Apocalipse 12:14)
e aos mil duzentos e sessenta dias (Apocalipse
11:3; 12:6)
e representam mil duzentos e sessenta anos, pois em profecias um dia vale um
ano: "Segundo
o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias, cada
dia representando um ano,
levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos, e tereis experiência
do Meu desagrado." Números 14:34.
"Quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado
direito, e levarás sobre ti a iniqüidade da casa de Judá. Quarenta dias te
dei, cada
dia por um ano.
Voltarás, pois, o teu rosto para o cerco de Jerusalém com o teu braço
descoberto, e profetizarás contra ela". Ezequiel 4:6 e 7.
A
transformação dos quarenta e dois meses para os mil duzentos e sessenta dias
é fácil, desde que se tome um mês composto de exatamente trinta dias.
Com
respeito à localização desse período na História, é geralmente aceito
que se estende de 538
A.D. a 1798 A.D..
Isso se dá pelos seguintes motivos:
LOCALIZAÇÃO
DOS 1.260 ANOS NA HISTÓRIA MUNDIAL |
1º)
A
ponta pequena de
Daniel
7 só
poderia atuar depois do aparecimento dos dez chifres e da subseqüente
queda de três deles
(Daniel
7:8, 20 e 24).
Roma Imperial caiu definitivamente em 476 A.D. (isso no que diz
respeito à parte ocidental, pois a parte oriental ainda sobreviveu
por cerca de mil anos). Dos reinos bárbaros que emergiram da
desintegração de Roma, um (o dos hérulos) desapareceu ainda no
quinto século e os outros dois (os vândalos e os ostrogodos)
desapareceram no século seguinte. Portanto, a atuação da ponta
pequena, bem como da besta, deveria se estender do sexto século ao
décimo oitavo. |
2º)
A profecia faz referência a um possível cativeiro da besta em Apocalipse
13: 9 e 10
: "Se
alguém tem ouvidos ouça. Se
alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai,
Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada.
Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.".
É evidente que a profecia parece estar fazendo referência à
derrota final da besta, descrita em Apocalipse
19:20 e 21, mas
isso não descarta um possível juízo parcial de Deus, visto que a
profecia faz menção a uma ferida mortal que seria curada (Apocalipse
13:3).
No século dezoito, mais precisamente em 1798
A.D., o Papa Pio VI foi aprisionado pelo general francês Berthier.
Voltando mil
duzentos e sessenta anos
no tempo, chegamos ao ano 538,
quando, segundo se informa, os
ostrogodos foram derrotados pelos exércitos bizantinos.
A partir desse ano, o bispado de Roma ficou livre de entraves para
atuar e pôde exercer sua supremacia de mil duzentos e sessenta
anos. |
3º)
Foi no século sexto que a França passou a proteger o bispado
romano e isso perdurou em maior ou menor grau até os derradeiros
anos do século dezoito, quando a França retirou o seu apoio ao
Catolicismo. Tendo em vista essas considerações, a interpretação
que coloca esse período de tempo profético entre 538 A.D. e 1798
A.D. se afigura como a mais acertada. |
4
- BLASFÊMIA CONTRA DEUS.
"E
abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus."
A que se refere o oráculo? Existem muitas doutrinas que são divulgadas pelo
poder em consideração que são consideradas blasfêmias pelo Senhor. Vejamos
algumas:
BLASFÊMIAS
CONTRA DEUS |
1º)
A Bíblia não é a única fonte da verdade; temos também a tradição. |
2º)
Jesus não é o único Mediador. Outros podem efetuar esse ofício. |
3º)
As
imagens
podem ser empregados como elemento
de culto. |
4º)
O
Domingo
é o verdadeiro dia
de descanso
e devemos guardar também outros dia santos. |
5º)
A
alma é imortal
e após a morte vai imediatamente para o céu, para o inferno ou
para o purgatório. |
6º)
Jesus
Se faz realmente presente
no pão e no vinho pelo processo da transubstanciação. |
7º)
Sacerdotes humanos
têm autoridade divina para absolver
pecados. |
Esses
são apenas alguns exemplos de doutrinas anti-escriturísticas que o poder
bestial disseminou e nas quais vasta porção da população mundial crê
ainda hoje. Ver
o oitavo estudo desta série.
5
-
O
NÚMERO
666.
Outro
item identificador do anticristo aparece em Apocalipse
13:18:
"Aqui
está a sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta,
pois é número de homem.
Ora, esse número é seiscentos
e sessenta e seis.".
Esse versículo têm causado muito debate entre os comentaristas. Grande é o
número dos que propõem que sua interpretação esteja relacionada ao título
VICARIVS
FILII DEI.
Desde que Apocalipse
informa que esse é o "número
do seu nome"
(capítulo
15 verso 2),
afigura-se que o valor numérico desse título, atribuído aos lideres
religiosos de Roma, seja a intenção da profecia. Em latim, os números são
letras e a soma dos valores de cada uma das letras desse nome dá 666.
V |
I |
C |
A |
R |
I |
V |
S |
|
F |
I |
L |
I |
I |
|
D |
E |
I |
|
5 |
1 |
100 |
--- |
--- |
1 |
5 |
--- |
|
--- |
1 |
50 |
1 |
1 |
|
500 |
--- |
1 |
666 |
Por
outro lado, uma possível interpretação, que de modo algum exclui
necessariamente a primeira, está baseada no pano de fundo das profecias de
Daniel e Apocalipse, bem como de toda a Bíblia. É
dito que 666 é número de homem,
o que encontra eco em outras declarações proféticas com respeito à figura
humana. Ver Daniel
2
(a estátua tem forma humana); 4
(a exaltação de Nabucodonosor); 7:4
e
8.
O número
7
está associado à
perfeição,
pois a obra criadora de Deus só pôde ser declarada perfeita após sua
conclusão. Esse número está relacionado a Deus e sua repetição tríplice
parece indicar a suprema perfeição. Já o número
6
parece indicar algo incompleto
e humano,
pois o homem foi criado no sexto
dia.
Assim, 666 pode ser uma alusão ao sistema de coisas da terra se contrapondo
ao plano divino, especialmente no aspecto religioso.
6
-
A
CURA DA FERIDA MORTAL.
"Então vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?" "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujo nome não foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo." Apocalipse 13:3, 4 e 8. Esses versos descrevem o evento ocorrido em 1798 e os turbulentos anos subseqüentes que a instituição romana enfrentou. Mas, a profecia previa que a ferida mortal seria curada. Se você está conseguindo visualizar a quem se refere a profecia, por certo enxergará também a gradativa restauração da influência desse poder. A besta é na verdade um conjunto de forças que tem lutado contra o povo de Deus e foi apenas uma de suas cabeças que recebeu a ferida mortal (justamente aquela que está mais evidente em Apocalipse). Essa cabeça é que tem formulado as doutrinas anteriormente mencionadas e que as tem promovido pelo mundo afora. Foi ela que experimentou uma queda abrupta de sua influência e que está hoje pouco a pouco a restaurá-la. Prezado irmão, a nossa oração é para que você enxergue o mais rápido possível o cumprimento dessa importante profecia e rompa todo laço com esse poder apóstata. Lembre-se: quem adora a besta também adora o dragão e rejeita o Cordeiro. Que Deus o ajude a se desligar de qualquer relação com o homem da iniqüidade e assim se preparar melhor para o encontro com Jesus! Que Deus o abençoe! Amém!