Sofrimento de Cristo transcende efeitos cinematográficos, segundo bispo brasileiro
Dom Orani João Tempesta, O.Cist, assistiu ao filme «A Paixão de Cristo» esta terça-feira
BRASÍLIA, quinta-feira, 11 de março de 2004 (ZENIT.org).-
Para o bispo presidente da Comissão para a Cultura Educação e Comunicação
Social do episcopado brasileiro, o sofrimento de Jesus Cristo ultrapassa as
sangrentas imagens produzidas com efeitos cinematográficos.
Dom Orani João Tempesta deu seu parecer sobre o filme «A Paixão de Cristo»,
de Mel Gibson, em artigo publicado pela CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) esta quinta-feira. O bispo assistiu
à película em uma sessão especial realizada para religiosos em Brasília,
essa terça-feira, pela distribuidora Fox.
«A paixão de Jesus transcende a duas horas de tela de cinema. Seu sofrimento
ultrapassa as sangrentas imagens produzidas com efeitos cinematográficos. A
imagem busca apenas transportar ao espectador uma leitura facilitada dos textos
bíblicos que narram a vida do Mestre, Caminho, Verdade e Vida», afirma o
prelado.
Segundo Dom Orani, «o novo filme de Gibson se aproxima bastante das perícopes
bíblicas que relatam sua morte e ressurreição. Como todo artista, Gibson
busca rechear sua história com sua criatividade própria. O filme é
sobrecarregado de imagens muito fortes, mostrando a dor e violência conseqüentes
da tortura, peculiaridade própria deste grande diretor».
O bispo afirma que as imagens de dor e violência marcam a película do início
ao fim. «Pode ser que haja até um exagero no uso da força para mostrar um
Jesus histórico que na sua divindade mostrou possuir um “coração valente”
(“Brave Heart”) para suportar os açoites dos soldados romanos antes de abraçar
a cruz. Fica difícil acreditar que um homem “normal” teria sobrevivido a
tantos golpes, chicotadas, coroa de espinhos e outras formas de tortura. Mas, é
justamente aí que entra a criatividade cinematográfica, já que a película
aceita tudo», diz.
«A trilha sonora e a fotografia hipnotizam o espectador, que atento acompanha o
desenrolar dos fatos bíblicos condensados em apenas duas horas de duração,
para mostrar a eternidade do gesto de amor de Jesus Cristo que doa sua vida pela
humanidade», afirma o bispo.
Fonte: http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=50467