Lição 5

25 a 30 de janeiro


A luta para ser real

Lição dos jovens 512004 - A luta para ser real


"Jesus respondeu: ‘Pode ir. O seu filho continuará vivo’" (João 4:50).

Prévia da semana: Jesus voltou para a Galiléia e encontrou um povo que só tinha fé nEle por causa da Sua capacidade de operar milagres. Usando o exemplo do oficial do rei, o autor do Evangelho expõe o vazio de uma fé assim e aponta o caminho para a fé verdadeira. Pelas palavras de Jesus, obtemos uma compreensão mais autêntica da nossa própria pecaminosidade e das barreiras que erguemos para evitar a intimidade com Deus. Mas quando é expressa ativamente em palavras e atos, a fé nos habilita a buscar as soluções para os problemas da vida que Deus nos oferece em Sua Palavra.

Leitura adicional: Col. 2:6; O Desejado de Todas as Nações, págs. 252-261


Domingo, 25 de janeiro

Introdução
CAIA NA REAL

1. Que provérbio Jesus tinha em mente quando Se aproximava da Sua província natal? João 4:43 e 44. Na sua opinião, por que João mencionou esse provérbio? Como os galileus reagiram à chegada de Jesus, e por quê? João 4:45

2. Como podemos explicar o que acontecia? João 4:45; João 2:23-25

Os galileus provaram ser um povo que se entusiasmava por milagres e ações espetaculares mas que era lento para crer nas palavras de Jesus. Seu entusiasmo por Jesus tinha maior motivação no egoísmo do que na fé em quem Ele era.

"Caia na real. Ligue-se. Mexa-se." Este é o slogan do programa de televisão do Dr. Phil – uma atitude de admitir as coisas como realmente são. Mas há mais envolvido nessa filosofia do que simplesmente ser brutalmente honesto. O Dr. Phil diz numa entrevista: "Este não é um programa onde se fica só na conversa; é um programa cujo objetivo é fazer as pessoas pararem de falar e começarem a fazer alguma coisa."

Confiamos no conselho direto de amigos, de parceiros, dos nossos pais – pessoas que nos conhecem. (Você não vai fazer aquele estágio porque está com medo de não passar. Você está me pedindo para decidir que filme alugar esta noite porque não gosta de tomar decisões.) Qualquer que sejam as desculpas que estejamos escondendo por trás de nossos atos, traz cura o ato de reconhecermos para nós mesmos estas desculpas, ou mesmo de sabermos que elas foram reveladas, para que possamos seguir em frente.

Outra pessoa que não tinha medo de falar a verdade era Jesus. Muitas vezes nos maravilhamos com a forma como Ele era direto com os fariseus, mas Ele também disse aos Seus seguidores as coisas exatamente como eram. Era doloroso ouvir? Provavelmente. A honestidade geralmente dói, especialmente se for algo sobre nós mesmos, nosso caráter, nossos motivos. Ajudava? Pelo menos até certo ponto. Se não fizer mais nada, pelo menos a conscientização de como somos pode ajudar a determinar que caminho tomaremos, como no caso do jovem rico, que compreendeu que não podia conservar todas as suas posses e ter a vida eterna ao mesmo tempo.

Na história do oficial do rei que foi a Jesus para que Ele curasse seu filho, Jesus não deixa de ser franco. Ele diz ao oficial: "Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão" (João 4:48). Fico imaginando qual foi o tom de voz que Jesus usou. Havia em Suas palavras um toque de tristeza? De frustração? Ou talvez tenha sido só uma declaração dos fatos?

Qualquer que tenha sido o caso, Jesus disse ao oficial do rei a motivação exatamente como era, contudo reconheceu que este homem precisava destes sinais e maravilhas para ajudá-lo a crer, e satisfez essa necessidade em seu nível básico curando a criança (versos 51-53).

"Cair na real." É algo que dizíamos para nossos pais fazerem, quando éramos adolescentes. É o que às vezes confiamos que nossos amigos e familiares nos ajudarão a fazer. Mas outro especialista nesta área é Jesus. A Bíblia está cheia de exemplos que podemos estudar, sobre os quais devemos orar, e que depois devemos aplicar a nossa vida e experiência cristã.

Lisa Matson Blackwelder, Portland, EUA


Segunda, 26 de janeiro

Exposição
MOSTRE-ME OS MILAGRES

3. Que problema o oficial do rei trouxe a Jesus, e o que ele queria que Jesus fizesse? João 4:47 e 49

4. Onde Jesus e o oficial do rei viviam? João 2:12; 4:46

Jesus e o oficial do rei provavelmente haviam crescido como vizinhos em uma cidade muito pequena, Cafarnaum. A hesitação entre fé e dúvidas do homem ilustra bem a dificuldade do profeta em encontrar honra em sua casa.

5. Como Jesus respondeu ao primeiro pedido do oficial do rei? João 4:48. Uma parte do problema não era que ele tinha visto sinais e maravilhas mas não tinha uma fé verdadeira?

Em João 4:43-54, Jesus censura as pessoas por sempre desejarem um sinal para apoiar sua fé. Poderíamos imaginar que Jesus está cansado de tentarem tirar vantagem dEle. Como se sente a pessoa de quem outros tiram vantagem? Jesus deseja que tiremos vantagem dEle? Nessa passagem são contrastadas duas maneiras de nos aproximarmos de Jesus.

A fé dos samaritanos versus a fé dos judeus (João 4:43-45). Nos versos precedentes (39-42) João conta como os samaritanos crêem por causa do que ouviram. É enfatizado o ato de ouvir a Jesus. Agora nestes versos os judeus da Galiléia aceitam a Jesus por causa do que Ele fez; quer dizer, Seus milagres. Dão-Lhe as boas-vindas mas nas entrelinhas se pode ouvi-los dizer: "Mostre-nos os milagres."

O pedido de cura (João 4:46 e 47). O homem que faz o pedido é chamado "oficial do rei" (verso 46). Esse homem era provavelmente um rico proprietário de terras ligado às famílias reais. Não era uma viagem pequena para se fazer, provavelmente a pé, a subida de 25 quilômetros de Cafarnaum a Caná. Quando ele chegou, foi direto ao ponto – implorou para que seu filho fosse curado.

A censura de Jesus (João 4:48). Essa censura vem logo após o pedido do oficial para a cura de seu filho e soa como uma coisa cruel para Jesus dizer a ele naquela hora. Com base nos versos seguintes, parece que Jesus estava falando aos galileus em geral em vez de a esse homem em particular. Duas coisas sugerem essa conclusão: primeiro, o pai não responde à censura; segundo, Jesus imediatamente atende ao pedido do pai. Parece que Jesus estava cansado da mesma velha síndrome do "o que você pode fazer por mim", e desejou contrastar a fé dos samaritanos com a dos judeus. Compare a censura de Jesus à mulher cananita (Mat. 15:21-27). Nesta história também parece que a censura se dirige mais aos preconceituosos discípulos do que à mulher.

Exercícios de fé (João 4:50). O pai toma Jesus pela palavra e parte, não insistindo que Jesus venha com ele, como pedira a princípio. Esta parte da história é bem parecida com a da cura do servo do centurião (Mat. 8:8). Os dois homens dizem que a palavra de Jesus é suficiente! Uma ilustração do futebol americano me ajuda a entender o que é a fé exercida. Muitas vezes o zagueiro atira a bola para seu receptor mesmo antes que o receptor se vire para olhar para a bola. O receptor corre pelo campo seguindo um certo padrão e depois procura a bola que pode já estar no ar. O zagueiro e os receptores praticam muito este tipo de passe, procurando alcançar a sincronização perfeita. O fator mais importante para alcançar esta perfeição é quão bem o zagueiro e o receptor passam a conhecer um ao outro. Da mesma forma, quando nós como cristãos corremos em nosso padrão (a vida), precisamos correr com confiança. Sabemos que nosso zagueiro (Jesus) terá a sincronização perfeita em Seu passe, e às vezes a resposta ou milagre estará a caminho mesmo antes de pedirmos!

O milagre que confirma a fé (João 4:51-53). O pai acredita que seu filho vai viver mas tem de esperar até o dia seguinte para saber que seu filho está curado. É importante notar que o pai crê primeiro e depois a cura acontece – e não o contrário. Essa ordem é importante?

O segundo milagre (João 4:54). João está se referindo à água transformada em vinho como o primeiro milagre, e à cura do filho do oficial como o segundo. Compare os dois milagres que ocorreram em Caná. De que maneira são semelhantes, e de que maneira são diferentes?

Os milagres são aspectos tangíveis de nosso relacionamento com Jesus. O resultado do encontro do pai com Jesus foi que toda a sua casa creu.

Pense nisto
  1. Jesus parece fazer dos samaritanos os heróis desta história, como o faz em outras histórias. Quem são os samaritanos de hoje em dia?
  2. Como você responde a uma mãe que verdadeiramente creu mas mesmo assim perdeu o filho? Qual é a relação entre fé e milagres?
  3. Qual foi a última vez que você sentiu que tiraram vantagem de você? Quais são algumas estratégias cristãs para lidar com este problema – em casa, no trabalho, na escola?
  4. Como você pode dizer com certeza que um evento é um milagre? Um evento pode ter base natural e mesmo assim ser um milagre? Explique sua resposta.
  5. Todas as respostas a orações são milagres? Explique sua resposta.

Victor F. Brown, College Place, EUA


Terça, 27 de janeiro

Testemunho
ELE EM NÓS

6. O que Jesus disse em resposta ao segundo e mais desesperado pedido do homem, e como o oficial do rei reagiu? João 4:50

A palavra surpreendente que Jesus disse ao homem é que Ele não precisava ir até Cafarnaum; Jesus pode curar a grandes distâncias. Esta é uma parábola viva da mensagem do Evangelho para os cristãos de segunda geração, ensinando que a palavra de Jesus é tão poderosa quanto o Seu toque. Ele não precisa estar presente fisicamente para atender a qualquer necessidade. E as ações do oficial demonstraram sua nova fé: ele foi embora crendo nas palavras de Jesus.

7. Que relação existe entre fé e obras? Isa. 58:1-12; João 15:5; Tiago 2:22

Muitas vezes em nossa vida passamos por problemas e dificuldades. E nesses momentos oramos e pedimos a Deus que nos ajude a atravessá-los. Mas logo que somos aliviados de uma certa situação, nos esquecemos de Deus. Em nossos piores momentos nos lembramos dEle porque queremos que Ele resolva nossos problemas; mas quando o problema se vai, nossa busca de Deus também desaparece. Estávamos realmente expressando fé, ou era só uma vitrine para podermos testemunhar um milagre em nossa vida? Jeremias 17:9 diz: "O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa."

Somos pecaminosos por natureza. Mas quando verdadeiramente buscamos o Senhor de todo o coração em todas as ocasiões, podemos obter a perfeição através dEle. "Imperfeitos e pecadores como possamos ser, o Senhor estende-nos o oferecimento da comunhão com Ele, do aprendizado com Cristo" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 297). Em nossa caminhada diária devemos buscar um relacionamento mais profundo e sincero com Jesus. Ao desenvolvermos esse relacionamento, começamos a experimentar uma fé que transcende simples orações e adoração. Começamos a sentir Jesus e a estar com Ele de maneira real.

A amizade é um dos mais preciosos dons que Deus nos deu. Podemos ter muitos amigos, mas entre estes pode haver um muito especial. Pode ser um membro da família, um vizinho, ou um colega de quarto. Você desenvolveu um relacionamento especial com essa pessoa, um relacionamento que é diferente do resto. Esse deve ser nosso relacionamento com Jesus.

João, o discípulo amado de Jesus, experimentou esse relacionamento com Jesus. "A fortaleza e a paciência, o poder e a ternura, a majestade e a mansidão que contemplava na vida diária do Filho de Deus, encheram-lhe a alma de admiração e amor. Dia a dia seu coração era atraído a Cristo, até perder de vista a si próprio, pelo amor ao Mestre. Seu temperamento ressentido e ambicioso cedeu ao poder modelador de Cristo. A influência regeneradora do Espírito Santo renovou-lhe o coração. O poder do amor de Cristo operou a transformação do caráter. Este é o resultado certo da união com Jesus" (Caminho a Cristo, pág. 73). Quando Jesus habita em você, Ele o(a) transforma. Você começa a sentir essa verdadeira fé, esse verdadeiro amor que vem somente de Deus. E então suas orações não serão uma vitrine, mas uma verdadeira expressão de amor e fé.

Sunilbe Rosario, New York, EUA


Quarta, 28 de janeiro

Evidência
VIVER DENTRO DA REALIDADE

8. De acordo com Paulo, como a fé vem à pessoa? Rom. 10:17

A fé veio ao oficial do rei quando ouviu a própria palavra de Jesus. Para os cristãos de segunda geração, a fé vem quando a palavra de Cristo é lida ou apresentada oralmente pelos que nos trazem essa Palavra escrita.

9. Leia Hebreus 11 e diga como podemos aplicar a fé aos problemas de nossa vida hoje.

"Viver dentro da realidade" sugere que a pessoa reconhece o presente da forma como ele realmente é. Em essência, a expressão "viver fora da realidade" perspicazmente sugere que a pessoa finge ser o que não é ou finge que as coisas não são do jeito que realmente são. A capacidade de viver dentro da realidade aparentemente está sendo cada vez mais cobiçada.

Como cristãos, viver dentro da realidade sugere que reconhecemos as coisas como são, mas de uma perspectiva diferente. A luta para viver dentro da realidade em Cristo perpetua um modus operandi diferente do do mundo:

De Cristo = Dentro da realidade

Do mundo = É mesmo?

1. Em Cristo vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17:28).

1. Homens e mulheres que vencem por seu próprio esforço são produto do acaso.

2. Viver para a vida futura é nosso principal enfoque (Rom. 8:18; Tito 2:12 e 13).

2. O aqui e o agora dominam nossas energias (esse é o motivo de tanto estresse!)

3. O bem-estar de nosso próximo é tão importante quanto o nosso (Lev. 19:18).

3. Dê máxima prioridade à condescendência própria e à auto-satisfação

4. Vivemos pela fé (Hab. 2:4; Mat. 9:29).

4. Viva da experiência passada e das predições humanas e/ou científicas.

Uma olhada para a história do nobre de Cafarnaum (João 4:43-54) demonstra muitas dessas coisas, senão todas elas. Ele desejou fazer um pedido a Jesus. A Bíblia não diz que tipo de vida esse homem vivia antes de encontrar Jesus, mas que ele procurou Jesus para curar seu filho. A Bíblia parece insinuar que esse homem estava lutando com o item no 4 da tabela "De Cristo". Jesus disse especificamente ao homem: "Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão" (João 4:48). Em outras palavras, a fé desse homem era dependente de evidências, em contraste direto com a definição de fé de Hebreus 11:1. Jesus salientou isso. Contudo, não negou o milagre. O filho do nobre foi curado precisamente na hora que Jesus disse que seria, e o resultado final desse milagre operou um bem muito maior. O verso 51 diz que "creram ele e todos os de sua casa" (verso 53).

Parece que dois milagres ocorreram – a cura do filho do homem e a cura da família do homem. Talvez quando o homem contemplou a bondade e amor de Cristo, sussurrou para si mesmo: "Isto é real", e tomou a decisão de seguir a Cristo ali mesmo, naquela hora. A palavra "isto" mencionada na frase acima pode se referir a: (1)viver, se mover e respirar em Cristo; (2) viver para Cristo, para a vida futura; e (3) viver pela e na fé. Estas coisas definitivamente abarcam o "ser real".

Sherri-Lyn Legall, Decatur, EUA


Quinta, 29 de janeiro

Aplicação
QUANTO VALE DEUS?

10. Qual é a condição natural do coração humano? Jer. 17:9. Qual é o problema fundamental de Laodicéia? Apoc. 3:17. Como esses dois fatores trabalham juntos contra nós?

O oficial do rei não conhecia as profundezas da sua incredulidade até que foi confrontado diretamente por Jesus. Muitas vezes nós também estamos inconscientes da nossa pecaminosidade e incredulidade. Somos como Laodicéia, a igreja do Apocalipse que tinha um conceito de si mesma que não correspondia à realidade (Apoc. 3:17). Por isso, precisamos ser honestos com Deus. Estudar a Bíblia devocionalmente e orar sinceramente são atitudes que ajudam.

Em João 4 vemos Cristo desafiar o alicerce da fé do oficial quando este vem a Ele pedir a cura de seu filho. Jesus pergunta: "Vocês só vão crer em Mim depois que Eu fizer sinais miraculosos e maravilhas?" (João 4:48). Vamos dar uma olhada mais de perto em nossa própria fé, e no alicerce sobre o qual ela repousa.

A dor e a dificuldade constituem um dos mais probantes testes de nossa fé. Todos já experimentamos isso de uma forma ou de outra. Na verdade a dor é uma experiência tão universal que nossa reação a ela pode agir como o barômetro de nosso relacionamento com Deus.

É claro que ninguém, a não ser Deus, pode avaliar a verdadeira qualidade de nossa fé, e não pretendo fornecer uma lista de itens ou um sistema de pontuação, mas alguns pontos podem nos ajudar a considerar nosso próprio relacionamento com o Criador:

Lembre-se de uma experiência dolorosa em sua vida. Pode ser uma experiência emocional como a traição da confiança ou o desapontamento pessoal com seus próprios defeitos. Pode ser um exemplo mais extremo, como a morte ou doença de um membro da família. Antes de continuar a ler, tire um momento para reviver aquilo que você passou.

Considere sua reação para com Deus na ocasião. As pessoas reagem a Deus de várias formas quando passam pela dor. Provavelmente uma das reações mais comuns é: "Por que eu?" Vemos ao nosso redor um mundo enfermo, mas quando a dor nos faz chorar ficamos pensando por que aquilo aconteceu. Uma forma de responder a esta pergunta está no argumento dos amigos de Jó: pode ser que Deus esteja lhe ensinando uma lição. Não quero negar que Deus permite que a dor se transforme em algum bem através de revelações pessoais, mas há o perigo de vermos a experiência como um sistema de recompensas. Philip Yancey cita Joni Eareckson Tada, que ficou tetraplégica num acidente que sofreu quando adolescente: "Eu provavelmente esperava que ao descobrir o propósito de Deus, pudesse aprender minha lição e então Ele iria me curar." Yancey conta a história de um paraplégico, Brian Sternberg: ele "reconheceu que a fé em Deus não era uma transação: ‘Deus, o Senhor me cura, e eu vou crer.’ Ele tinha de crer porque Deus era digno de sua fé."*

Creio que era a isso que Jesus estava Se referindo quando censurou o oficial por basear sua fé em sinais e maravilhas. Deus é todo-poderoso e digno de nossa fé. Ela não é conquistada por Ele depois que Ele realiza um milagre em nossa vida.

* Philip Yancey, Where Is God When It Hurts? (Grand Rapids, Mich., Zondervan Publishing House, 1990), capítulo 9.

Miranda Siemienowicz, Mt. Waverley, Austrália


Sexta, 30 de janeiro

Opinião
FÉ EM MILAGRES

O oficial do rei passou por um acontecimento fortalecedor da fé: a cura de seu filho. Mas Jesus nos pede que creiamos sem sinais como estes. Por que Ele fala contra algo tão desejável?

A fé é uma coisa misteriosa. Se virmos e crermos, somos recompensados; se crermos sem ver, somos recompensados. A recompensa não é o fato de que nossas orações são atendidas; a recompensa está no fortalecimento da fé que já possuíamos.

Muitos cristãos experimentam sinais e maravilhas em sua vida pessoal. Desde respostas a orações até intervenções divinas, procuramos sinais de que Deus está atento e está no controle. Mas há riscos associados ao basearmos nossa fé em tais coisas. O que acontece a ela quando Deus fica em silêncio?

O que Deus deseja de nós é uma vida de fé. Ele não deseja uma vida de proveito emocional de Suas bênçãos. Ser receptor de um ato de Deus é uma coisa; conhecê-Lo é algo completamente diferente.

Fé é confiança em Deus. É lançar-se sobre Ele em total abandono. É a profunda certeza de que Ele existe, e de que sem Ele não podemos existir. Vacilamos quando perdemos nossa conexão diária com Ele; e procurá-Lo só para obter algum retorno visível com certeza trará desapontamento.

"Quantos de nós nos ‘encostamos’, por assim dizer, e afirmamos: ‘Nada mais posso fazer, enquanto Deus não Se revelar a mim.’ Ele não o fará. E, sem a inspiração e nenhum toque de Deus, teremos que nos erguer sozinhos. Vem então a surpresa: ‘Ué, Ele estava aqui o tempo todo, e eu não sabia!’"1

Philip Yancey resume o relacionamento entre nossa fé e sinais de Deus numa breve frase: "Um registro da fidelidade de Deus no passado se combina com a esperança num futuro melhor para um único propósito: equipar-nos para o presente."2

Jesus diz que se O vimos, vimos o Pai. Sim, Ele realiza milagres, mas esses milagres são resultado de algo muito mais profundo que o mero desejo de agir. É em Seu amor por outros que encontramos a Fonte dos sinais e maravilhas: o próprio coração de Deus.

Pense nisto
  1. O que vem primeiro, a fé ou os milagres?
  2. É possível ter fé sem milagres? Milagres sem fé? Explique sua resposta.

Dicas
  1. Estabeleça alvos de fé para os próximos seis meses ou um ano. O que será preciso para alcançar esses alvos?
  2. Prepare uma encenação sobre a história do oficial de Cafarnaum e explore o momento em que ele exerceu fé. Essa fé já estava lá o tempo todo, ou ele tomou posse dela repentinamente? Que tal apresentar a encenação num culto jovem?
  3. Examine o livro de João. Em contraste com os outros evangelhos, quantos dos milagres de Jesus em João envolvem tocar a pessoa, e quantos envolvem o fato de Jesus meramente "dizer uma palavra"? O que isso ensina sobre a fé para aqueles que nunca encontraram Jesus face a face?
  1. Oswald Chambers, Tudo Para Ele (Venda Nova, MG: Editora Betânia, 1988).
  2. Philip Yancey, Reaching for the Invisible God (Grand Rapids, Mich.: Zondervan Pub. House, 2000), pág. 80.

Tom Macomber, Riverside, EUA


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