Lição 7
7 a 14 de fevereiro

Vendo o sagrado no comum

Lição 712004


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Lev. 17–19

VERSO PARA MEMORIZAR: "O Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida" (João 6:63).

LEITURA DA SEMANA: João 6.

PENSAMENTO-CHAVE: Em Cristo, toda a vida, mesmo as coisas comuns, pode se tornar um sacramento, um ato de adoração.

Ao longo do Evangelho de João, cap. 6, as pessoas se relacionam com Jesus em um nível material. Elas não estão procurando alimento espiritual; ao contrário, querem ter suas necessidades físicas satisfeitas. Querem ver mais milagres, como a alimentação dos cinco mil. Apesar daquele evento incrível, quando as pessoas olhavam para Jesus, viam um ser humano comum como eles mesmos, não alguém que desceu do Céu. Eram incapazes de ver o sagrado brilhando através do comum.

No capítulo 6, Jesus tenta afastar seus olhos do comum e levá-los para coisas espirituais, o alimento que permanece até a vida eterna. A vida não está nos milagres e nas coisas deste mundo. A vida está na aceitação das reivindicações de Jesus sobre Si mesmo. Um dos segredos da vida devota é aprender a ver a presença e o poder de Jesus nas coisas comuns da vida diária, sentir que Ele está conosco, embora não O possamos ver, ouvir nem tocar.


Domingo

Ano Bíblico: Lev. 20–22

Peixes e pães – João 6:1-13

1. Que lições podem ser tiradas da história da alimentação dos cinco mil? Que esperança essa história oferece? O que ela lhe diz sobre Deus? João 6:1-13.

Note também a época em que se deu este fato: foi próximo ao tempo da Páscoa (João 6:4), quando o Senhor operou uma libertação poderosa em favor do Seu povo. Embora a alimentação dos cinco mil certamente não tenha sido tão dramática quanto o Êxodo do Egito, ainda assim foi uma manifestação poderosa do poder de Deus em favor do Seu povo, mesmo em sua ignorância espiritual. João deixou claro que muitos dos que tinham seguido a Cristo estavam ali só por causa dos milagres que tinham visto (v. 2) e não por qualquer profunda convicção espiritual de que este era o Messias ou que Ele poderia trazer libertação espiritual.

Não obstante, o Senhor ainda trabalhava em seu favor. Em outras palavras, embora soubesse que seus corações ainda não estavam certos, ainda assim Ele os serviu. Devemos ser agradecidos porque nosso Deus é assim. O que isso nos diz sobre a maneira como devemos ser para com os que não têm uma vida espiritual como deveriam?

2. Embora tenha multiplicado os peixe e os pães (o milagre), Cristo não os entregou milagrosamente para a multidão. Como a comida foi distribuída e recolhida? Que lição existe aí para nós? João 6:10-12.

Embora Jesus tenha atendido às suas necessidades físicas, esse foi um fim em si mesmo ou um meio de alcançar um fim? Afinal, algumas horas mais tarde, todo aquele povo estaria novamente com fome. O que Jesus estava fazendo com aquele milagre? Como somos chamados a fazer a mesma coisa?


Segunda

Ano Bíblico: Lev. 23–25

Milagre no mar – João 6:16-21

3. Compare a história de Jesus caminhando sobre a água com o milagre dos peixes e dos pães. Quais são as diferenças? João 6:16-21.

É interessante que Cristo operasse um milagre tão poderoso, especialmente logo depois do que aconteceu com a multidão no monte, que não respondeu de maneira positiva ao milagre que Ele operou lá. (Leia João 6:14 e 15: Eles quiseram fazê-Lo rei à força; não era isso o que Cristo tinha vindo fazer. A reação deles O levou a afastar-Se.)

4. Então, que razão Jesus teve para operar este milagre? Sugestão: Quem foram as pessoas que viram o milagre?

Na história dos discípulos no mar (João 6:16-21), Jesus fez algo semelhante ao que foi feito por Deus no Êxodo (Veja Êxo. 14:20-22.). Para os que conheciam bem o Antigo Testamento, então, a habilidade de Jesus ao caminhar sobre a água e controlar o vento e as ondas era uma afirmação poderosa de Sua divindade, algo de que os discípulos precisavam depois da decepção, quando Cristo não permitiu ser proclamado rei.

Em O Desejado de Todas as Nações, Ellen G. White escreveu que os discípulos estavam ansiosos para que Cristo fosse coroado Rei da linhagem de Davi. Quando Ele o impediu, eles ficaram frustrados. "Os discípulos haviam esperado muito tempo por um movimento popular para colocar Jesus no trono; não podiam suportar a idéia de que todo esse entusiasmo viesse a dar em nada.

"A incredulidade se estava apoderando de seu espírito e coração. Cegava-os o amor da honra. Sabiam que Jesus era odiado pelos fariseus, e estavam ansiosos por vê-Lo exaltado como pensavam que devia ser." – Págs. 378 e 380.

Pelo milagre de caminhar sobre a água, Jesus ajudou a fortalecer a fé dos Seus discípulos. Mas sempre precisamos de milagres para ter a fé aumentada? Que coisas aconteceram na sua vida para ajudar sua fé a crescer, mesmo que não sejam necessariamente chamadas de "milagres"?


Terça

Ano Bíblico: Lev. 26 e 27

Pão do Céu – João 6:22-35

Depois daquela noite tempestuosa (João 6:16-21), a multidão atravessou o lago e encontrou Jesus na sinagoga de Cafarnaum, onde teve lugar toda a pregação e o diálogo do restante do capítulo.

5. Como os antigos israelitas sobreviviam no deserto, e o que isso tem a ver com a alimentação dos cinco mil na primeira parte do capítulo? Êxo. 16:33-35; João 6:27-31.

Um tema constante por trás de João 6 é o Êxodo do Egito. A alimentação dos cinco mil lembrava a primeira Páscoa, quando os israelitas escaparam dos egípcios. Então, o episódio da tempestade (João 6:16-21) lembrava os perigos que os israelitas enfrentaram no Mar Vermelho. Agora vem uma referência à guia de Deus na experiência do deserto de Sinai. Como aconteceu com os israelitas no deserto, os ouvintes de Jesus reagiam aos milagres que podiam ver ou tocar, mas sua fé continuava pequena. Jesus afastou a atenção deles do maná que os israelitas receberam no deserto para o pão espiritual que Ele veio para lhes oferecer.

6. Leia cuidadosamente João 6:32-35. Ele Se comparou com o pão. Por que Ele usou a analogia do pão?

A implicação clara do sermão é que quando vemos a Jesus e cremos nEle, temos a vida real no sentido espiritual agora, e no sentido mais pleno, "no último dia" (João 6:40; 5:21). Assim como o alimento deve ser constantemente comido para sustentar a vida física, é preciso convidar Jesus para a nossa experiência diária, se quisermos sustentar a vida espiritual. "Crer", no Evangelho de João (cf. João 1:12; 6:47), sempre tem um sentido contínuo. Deve ser uma experiência contínua e diária.

Leia João 6:35, onde Jesus disse que os que vêm a Ele e que crêem nEle nunca terão fome ou sede. Como estas promessas se manifestaram em sua vida? Se isso não aconteceu, você precisa perguntar a si mesmo: eu realmente vim a Jesus e cri nEle?


Quarta

Ano Bíblico: Núm. 1–3

Falando para ouvidos surdos – João 6:36-50

7. Por que muitos têm dificuldades para aceitar as reivindicações de Jesus? João 6:41 e 42. Como estas palavras do povo refletem as palavras de Nicodemos em João 3:4? 

8. Como os discípulos de Jesus reagiram aos Seus ensinos neste capítulo? João 6:60 e 66. Por que eles reagiram assim?

Ao longo deste capítulo, as multidões se relacionavam com Jesus em nível material e físico. Elas queriam ver mais milagres como a alimentação dos cinco mil. Quando Jesus recusou atender-lhes, todos eles muito logo concluíram que Jesus era um ser humano comum como eles mesmos, não Alguém que desceu do Céu. O comum os impediu de ver o sagrado. A própria presença física de Jesus se tornou uma pedra no caminho deles.

Como cristãos da segunda geração, achamos que estaríamos em melhor situação se conhecêssemos Jesus face a face, em vez de esforçar-nos para manter uma relação com Alguém que não podemos ver, ouvir ou tocar. Mas a presença física de Jesus impediu a primeira geração de O levar tão a sério quanto certamente devia ter feito.

Quem realmente era Jesus? Era muito mais do que um bom homem, que cresceu em Nazaré com José e Maria. Nenhum bom homem afirmaria ser o Filho de Deus que desceu do Céu. Para fazer tal reivindicação, ele teria que ser um louco, um enganador (e nesses casos ninguém iria considerá-lo "bom"), ou exatamente o que reivindicava ser. Não existe meio-termo; ou devemos aceitá-Lo e tudo que Ele afirma ou rejeitá-Lo como louco, ou até pior, o autor da maior fraude de todos os tempos. A tolice nesta história é que as pessoas insistem em ver a Jesus apenas como um bom homem. Esta não é uma opção válida, no que se refere a Jesus.

Portanto, é fundamental que as pessoas reconheçam exatamente quem é Jesus. Ele traz do Céu um revelação de Deus e a Seu respeito que tem importância vital para a raça humana. Participar de Jesus como pão, carne e sangue é uma forma de ilustrar que só por meio de uma relação íntima com Ele, tão íntima como o alimento ingerido é para o corpo, pode-se obter a vida eterna que Ele promete.


Quinta

Ano Bíblico: Núm. 4–6

Vendo o sagrado no comum – João 6:51-71

9. O que Jesus quis dizer ao afirmar que devemos comer a Sua carne e beber o Seu sangue? João 6:51-58.

Vez após vez, no Evangelho de João, os símbolos são tirados da experiência diária, símbolos como pão, água e luz. Estes símbolos nos ajudam a relacionar as palavras de Jesus com coisas que estão no contexto de nossa vida diária. Não importa quão comum seja a nossa vida, nossa relação com Jesus se aprofundará e crescerá quando aprendermos a lembrar-nos dEle no curso de tudo que fizermos. Como o Pão da Vida, Jesus nos traz um sabor da vida eterna, que, em comparação, faz a bebida e o alimento físicos parecerem insignificantes.

Assim como o corpo sente falta de comida, de água e de luz solar, também a vida espiritual sente falta da presença de Jesus (até mesmo quando não está ciente disso), e se Jesus não tiver permissão para estar presente, os seres humanos irão aos lugares mais ridículos para preencher o vazio com alguma outra coisa.

10. Quais são algumas das coisas a que as pessoas podem recorrer a fim de preencher suas necessidades espirituais?

Quando nos sentamos à mesa para comer, podemos nos lembrar de que a chuva, a vida e a luz do sol, que tornam possível a produção de alimento, todos cessariam com o pecado, se não fosse pela cruz de Jesus. Quando erguemos um copo para beber, podemos nos lembrar da Água da Vida. Quando nos vestimos pela manhã, podemos pensar no manto da justiça de Cristo. Uma das chaves para uma relação viva com Jesus é encontrar o sagrado no comum, tornar todos os eventos comuns de nossa vida como lembretes das palavras e das ações de Jesus.

Leia novamente os textos de hoje. Jesus fala repetidamente sobre a vida. O que Jesus prometeu, em última instância, aos que comem a Sua carne e bebem o Seu sangue, e por que essa promessa é tão importante nós?


Sexta

Ano Bíblico: Núm. 7 e 8

ESTUDO ADICIONAL

Compare cuidadosamente a história de João 6:16-21 com Mateus 14:22-27 e Marcos 6:45-52. Note todas as semelhanças e contrastes entre a história de João e as outras duas, inclusive os detalhes que faltam. Como esta comparação ilumina o objetivo do Espírito Santo nessa história? Como Mateus e Marcos, movidos pelo Espírito Santo, usam a história?

Para compreender melhor este capítulo maravilhoso, veja os comentários de Ellen G. White em O Desejado de Todas as Nações. João 6:1-21 é comentado nas páginas 364-382, e as páginas 383-394 são dedicadas quase exclusivamente a João 6:22-71.

PERGUNTAS PARA CONSIDERAÇÃO:

Por que o ensino de Jesus em João 6 foi tão difícil para os ouvintes aceitarem? Será que eles tinham idéias predeterminadas sobre o que esperavam de um libertador divino? Neste caso, o que isso nos diz sobre o perigo, como cristãos, de ter certas idéias sobre o que Deus deve ou não fazer? O que acontece quando essas expectativas não são preenchidas?

RESUMO: Em João 6, Jesus procurou comunicar Sua missão apesar de contínua incompreensão. Ele alimentou os cinco mil a fim de demonstrar que é Aquele que pode trazer-lhes o pão da divina vida espiritual. Mas eles viam alguém digno de conduzir a economia nacional (v. 14). Quando acalmou a tempestade, Jesus procurava mostrar aos Seus discípulos que é tão capaz quanto o Deus do Êxodo de suprir as suas necessidades e livrá-los do medo. Mas eles pareciam muito temerosos e muito confiantes em si mesmos para buscar Sua ajuda.

Em Cafarnaum, Ele usou o pão, a carne e o sangue como analogias para ilustrar a necessidade da vida espiritual que Ele oferece. Mas a maior parte dos que O ouviram reagiram com desgosto e O abandonaram. Em conjunto, os três eventos registrados neste capítulo nos ensinam a necessidade de perceber o sagrado em meio ao comum, aprender como manter uma relação viva com Aquele que Se torna real para nós no curso da vida diária.


COMENTÁRIO CPB

COMENTÁRIO Prof SIKBERTO

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